Quando se esta frente a frente com escolhas distintas em certas horas não levamos em consideração que naquele momento outros nos vêem como deuses se postando sobre esse mundo, e como na maioria das vezes nos observam como monstros que fugiram dos calabouços mais profundos e se materializaram perante eles. Esquecem que somos todos humanos e que a humanidade percorre essa linha ténue entre monstros e deuses que apenas uma minoria se recorda quando a história não esta presente entre os dedos delas.
O que fazemos, o que pensamos e onde estamos são resultados da coragem que tivemos em nossas escolhas passadas e que atualmente nos marcam como um burn em nossos corpos carregados de lembranças agradáveis ou dignas de esquecimentos a curto prazo. Nossas vidas são feitas por uma série de escolhas, por uma combinação de momentos que muitos já esquecemos mas que nos fazem mudar. Mudar pra melhor, pra pior, ou apenas mudar para permanecermos iguais - isso mesmo, para permanecermos iguais.
Não somos como rios, temos singularidades que devem ser levadas em conta. Somos mutáveis sim, mas entre mutações que obteem resultados, também existem as que não discaracterizam o indivíduo. Somos essas misturas; deuses, monstros, mutações bem e mal sucedidas e algumas outras tantas variáveis que nos desenham e moldam conforme atitudes tomadas, em cada renúncia feita, em cada sorriso e em cada tristeza.
Somos o tudo e somos o nada, o vazio e o cheio, o iluminado e a escuridão. Só temos que ter coragem de assumir cada passo, cada carta virada e cada volta desse espiral de personalidades que nos preenche, às vezes a dor de assumir quem somos pode ser voraz, mas a dor da não tomada pode vir a ser enlouquecedora.