terça-feira, 22 de setembro de 2015

Eu nem te contei uma novidade, quente...

Eu tive fora uns dias perdido no tempo e no espaço. Desaprendi a escrever, a me expressar, a me doar. Me sentia incompleto sempre que me olhava no espelho e que os raros ventos sopravam em meu rosto, mas agora estou aqui novamente me forçando a jogar para fora tudo aquilo que ficou retido em meus dedos, língua e olhares. Agora estou aqui para expor e não me deixar ser contrariado pelo que não fiz e poderia ter feito.
Dentro de poucos minutos eu vou voltar a ser o que era antes pra quando mudar, voltar a ser igual novamente. Escrever, escrever e escrever, mas porque parei? O que me faz escrever é a solidão, é a vontade de estar perto e não poder. Isso deve fazer mal para a maioria das pessoas - acho que posso dizer pessoas sãs -, mas nunca fui são. Essa distância me faz bem, me faz pensar, raciocinar e me faz criativo - pelo menos eu me sinto assim, você não precisa concordar-.
Eu estive fora uns dias sim, te odiei uns dias também, mas ainda não penso em te matar.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

No táxi que me trouxe até aqui Chico Buarque me dava razão...

   Era a primeira vez de muitas que me encontraria atrasado em relação à hora marcada no fuso local - que ainda não conseguiu uma simpatia pelo menos profissional com a minha querida pessoa - Foi quando então olhei para o céu. A lua estava lá, parecia colagem de papel sujo de margarina; ela estava cheia, gigantesca e amarelada em um fundo azul enegrecido - poderia dizer que seria um azul "Boas vindas" ou algo assim - Escondia cada estrela, que agora poderia jurar de pés juntos: Estavam tramando algo! Elas se encarregavam  de se colocar posicionalmente em lugares estratégicos para que energizassem os cosmos e que mexesse com nossas moléculas d'água - dizem as lendas que nas noites de lua cheia, o poder que ela exerce nas águas é fora de normal e em nós que somos 70% feitos dela eu não preciso nem comentar - gerando assim um momento propício a gerar aqueles meus olhares.
   Somos apenas mais duas pessoas - em meio a várias - que se encontraram naquela noite e que mais tarde tiveram a sorte da janela estar esboçando todas aquelas estrelas. Não sabíamos nada sobre elas, mas todas que estavam ali - tão próximas de nossos sonhos - já sabiam o que estava pra acontecer sob a luz daquela lua.
   Um encontro que não foi movido apenas por nossas escolhas, conquistas, circunstâncias ou movido por pequenas vontades. Foi um encontro que me faz não saber usar palavras, símbolos, sintomas ou sentimentos. Faz eu não saber mais o que já sabia, mas aprender o que eu já devia ter aprendido. O cheiro que deveria estar no ar era de apreço, apego. O gosto que estava distribuído por toda a noite era totalmente seu.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não quero ter o que eu não tenho...

 Quando se esta frente a frente com escolhas distintas em certas horas não levamos em consideração que naquele momento outros nos vêem como deuses se postando sobre esse mundo, e como na maioria das vezes nos observam como monstros que fugiram dos calabouços mais profundos e se materializaram perante eles. Esquecem que somos todos humanos e que a humanidade percorre essa linha ténue entre monstros e deuses que apenas uma minoria se recorda quando a história não esta presente entre os dedos delas.
 O que fazemos, o que pensamos e onde estamos são resultados da coragem que tivemos em nossas escolhas passadas e que atualmente nos marcam como um burn em nossos corpos carregados de lembranças agradáveis ou dignas de esquecimentos a curto prazo. Nossas vidas são feitas por uma série de escolhas, por uma combinação de momentos que muitos já esquecemos mas que nos fazem mudar. Mudar pra melhor, pra pior, ou apenas mudar para permanecermos iguais - isso mesmo, para permanecermos iguais.
 Não somos como rios, temos singularidades que devem ser levadas em conta. Somos mutáveis sim, mas entre mutações que obteem resultados, também existem as que não discaracterizam o indivíduo. Somos essas misturas; deuses, monstros, mutações bem e mal sucedidas e algumas outras tantas variáveis que nos desenham e moldam conforme atitudes tomadas, em cada renúncia feita, em cada sorriso e em cada tristeza.
 Somos o tudo e somos o nada, o vazio e o cheio, o iluminado e a escuridão. Só temos que ter coragem de assumir cada passo, cada carta virada e cada volta desse espiral de personalidades que nos preenche, às vezes a dor de assumir quem somos pode ser voraz, mas a dor da não tomada pode vir a ser enlouquecedora.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Não importa o que o destino quer pra mim...

 Para todas as pessoas normais dessa Terra o único fato concreto que temos certeza da ocorrência futura é a tal da morte com exceção dessas bandas coloridas que vão virar purpurina. Sendo esse o ponto de chegada de todos os caminhos percorridos, todo o traçado de escolhas bem resolvidas nos leva ao mesmo lugar que nos levaria se tivessemos dobrado para esquerda naquela ocasião - Sejam eles longos ou curtos, escuros ou iluminados, possíveis ou até mesmo impossíveis, simplismente todos no mesmo lugar-. Chega uma hora que todos nessa vida se encontram no mesmo "ponto" e todas as vidas se cruzam, nos dando uma chance de conhecer quem deveríamos e não tivemos a oportunidade ou dando mais tempo para os que necessitam - seja esse tempo infinito ou passageiro -, esse é o nosso destino. Depois disso... não consigo ter certeza de mais nada do que acontece.
 Não crio nada genérico para cobrir algo que não desejo ver, ou meias verdades para convencer minha própria consciência de uma idéia contrária aos meus pensamentos,  que serviriam de anestésico para as dores geradas pelo desconhecido que nos perturba a cada dia com o incómodo de não saber respostas do que desejamos; e para mim, o "não saber" é considerado a pior coisa do mundo - tudo bem, desculpa, talvez seja a terceira ou a quarta pior coisa do mundo.
 Destino. Todos nós sabemos que um dia chegaremos nele. Um dia viraremos a esquina, mergulharemos na piscina, levantaremos da cama e seremos recepcionados por uma comitiva que nos esperara por toda uma vida. Muitos dos de nós mentem para si mesmo, negando fatos que acabam ferindo pessoas ao seu redor e a nós mesmos, mas bem lá no fundo de nossos olhos transpassa a verdade e se demorarmos a perceber o quão perigosa é essa autodefesa, esse rift criado acaba se tornando um enorme precipício; separando vidas, caminhos, verdades e gerando outras mentiras. Quando isso termina? "Não sei...".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

É de rocha e vem do coração...

  Poderia ser mais um ano como todos os outros sempre foram, mas muitos de nós resolveram sair da rotina e experimentar um pouco do inseguro para nos alimentar de surpresas, novidades, sotaques diversos e uma leve pitada do mais generoso calor cuiabano - que por sinal nunca nos deixou a ver navios.
  Loucura? Insensatez? Talvez nossos amigos tivessem razão de achar que éramos malucos, doidos varridos com apenas um plano de metas anotado em blocos de papel. E que deveríamos seguir a risca sem pisar fora da "zona de proteção ao turista" para não acabar nos perdendo para sempre em uma região onde jacarés e onças andam livremente pelas trilhas de uma cidade habitada por centenas de índios canibais pintados com urucum e jenipapo preparados para uma guerra que há mais de 500 anos esta para ser iniciada, e sedentos para devorar a carne "do homem branco" que invadiu as suas terras, assim adquirindo suas distintas virtudes e a honra roubada de tantos séculos.
  Sim, mesmo sabendo de todos os riscos que corríamos - malária, febre amarela, erlichiose e muitas outras que já foram erradicadas nas civilizações - tomamos vacinas contra doenças conhecidas, soros contra venenos, e buscamos também reforço espiritual para termos consciência que o possível foi feito para impedir o que achávamos ser o inevitável. Tentamos a sorte, e por ela trilhamos um caminho que acabou abrindo portas para uma nova vida.
 Tiveram dias que fiz do meu sonho profissão, mas agora, vem chegando o dia que todos nós faremos de nossas profissões nossos sonhos. O primeiro passo já foi dado e agora, de mãos unidas como as ligações de um forte minério, gritamos hoje para ouvir o eco do amanhã e termos certeza do que foi dito:


" A GEOLOGIA É FODA PRA CARALHO!"